A alimentação adequada e saudável é um direito de todo indivíduo, deve ser acessível e contemplar as necessidades biológicas e sociais, de acordo com hábitos culturais, gênero, raça e etnia. Ademais, deve ser harmônica em quantidade e qualidade, atendendo aos princípios da variedade, moderação e prazer, baseada em práticas sustentáveis (1).
Dados de um estudo recente realizado em 195 países mostraram que hábitos alimentares inadequados, com aumento da ingestão de sódio e açúcar, baixa ingestão de grãos integrais e frutas, estão associados a ocorrência de várias doenças crônicas não transmissíveis e mortalidade (2). E ainda, no contexto da incidência das doenças inflamatórias intestinais, especialistas recomendam uma dieta equilibrada como uma das possíveis formas de prevenção, incluindo vegetais e gorduras mono e poli-insaturadas (3).
Diante da importância da adoção de práticas nutricionais saudáveis, destacamos algumas das principais recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira (1):
- Preferir alimentos in natura ou minimamente processados a alimentos processados e ultra processados;
- Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos quando necessário. Fazendo um adendo para as DII, os óleos podem ser substituídos pelo azeite, porém, devem ser adicionados em pequenas quantidades na preparação dos alimentos. Usar o mínimo possível, ex: uma colher de chá de azeite por panela;
- Comer com atenção e regularidade em ambientes apropriados, e se possível em companhia, mastigando bem os alimentos;
- Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados, como nas feiras ou “sacolões”, pequenos produtores e/ou grupos de compras coletivas;
- Preferir sempre que possível alimentos orgânicos da agroecologia familiar, e que estejam na safra; se isso for possível para a sua família, dentro da sua comunidade;
- Planejar o tempo para dar a alimentação à atenção merecida, compartilhando também suas habilidades culinárias, definindo previamente os cardápios, planejando as compras, dividindo as tarefas com as pessoas do seu convívio;
- Estar atento as informações sobre alimentação e saúde, poucas são de fontes confiáveis, em caso de dúvidas procurar um profissional especializado.
A alimentação é mais que a ingestão de nutrientes, ela deve fazer parte de um estilo de vida saudável, essencial para a boa saúde e a prevenção das doenças (1,4), incluindo os indivíduos com DII.
Se você se interessar pelo guia alimentar para a população brasileira, o material está disponível no site http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf .
Referências bibliográficas:
- Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira. 2ª edição. Brasília: MS; 2014 [acesso em 15 de mai de 2019]. Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf.
- GBD 2017 Health effects of dietary risks in 195 countries, 1990–2017: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2017. Lancet. 2019; 393: 1958–72.
- Forbes A, Escher J, Hébuterne X, Kłęk S, Krznaric Z, Schneider S, et al. ESPEN guideline: Clinical nutrition in inflammatory bowel disease. Clinical Nutrition. 2017; 36(2):321-347.
- American Diabetes Association. Lifestyle Management: Standards of Medical Care in Diabetes-2019. Diabetes Care. 2019; 42(Suppl 1):S46-S60.
Material elaborado
pela nutricionista Patricia Sato CRN – 00100350
Mestre em Nutrição Clínica- INJC/UFRJ
Membro da Área de Nutrição
do GEDIIB