As doenças inflamatórias intestinais (DII), incluindo a Doença de Crohn (DC) e a Retocolite Ulcerativa (RCU) são doenças crônicas, debilitantes, caracterizadas por períodos de atividade e remissão. As manifestações incluem diarreia, sangramento retal, dor abdominal, fadiga, além de acometimento extra-intestinal, frequentemente resultando em considerável morbidade, absenteísmo, e prejuízo na qualidade de vida.
Os objetivos da terapia são: melhora dos sintomas, restabelecer o crescimento e a saúde óssea, normalizar a qualidade de vida e função psicossocial, prevenir complicações e minimizar os efeitos adversos das medicações.
Pacientes com DII podem apresentar redução da capacidade cardiovascular, diminuição da massa magra e osteoporose. Estudos sugerem que atividade física em pacientes com DII melhora a atividade da doença, a qualidade de vida, e aumenta a densidade mineral óssea, minimizando o risco de osteoporose. Resultados de estudo recente com 900 pacientes na Inglaterra, revelaram que a maioria se beneficiou da atividade física.
Pacientes que praticam atividade física regular tendem a ter hábitos mais saudáveis, incluindo a redução do tabagismo, e melhoria na alimentação como diminuição de carboidratos refinados (farinha de trigo, alimentos ultra processados, entre outros) e carnes gordurosas e embutidos e aumento no consumo de frutas, verduras e legumes.
A atividade física parece exercer um importante papel na modificação do curso e desenvolvimento das DII, possivelmente reduzindo a atividade inflamatória. Entretanto, a atividade física pode trazer benefícios indiretos, tais como melhora do sono, humor, entre outros. Deve-se lembrar também que estas recomendações se dirigem a pacientes em remissão de doença, geralmente exercendo papel complementar, preventivo, sendo a atividade física de moderada intensidade (incluindo exercícios aeróbicos e anaeróbicos) 30 minutos, 5 vezes por semana, ou intensidade vigorosa por 20 minutos, 3 vezes por semana, segunda a Academia Americana de Medicina Esportiva para indivíduos saudáveis, não há dados concretos para pacientes com DII, mais estudos são necessários para definir frequência, intensidade e tipo de exercícios que promovam benefícios para pacientes com DII.
Referências Bibliográficas:
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Carla Caldas Marques
Nutricionista -CRN4ªregião:03100029
Mestre em Ciências – Universidade Federal do Rio de Janeiro -UFRJ
Membro da área de Nutrição GEDIIB