18. Tratamento clínico das DIIs

Aminossalicílicos

O tratamento médico da Doença de Crohn (DC) e da Retocolite Ulcerativa (RCU) tem dois objetivos principais: chegar à remissão (e, uma vez atingido este estágio, manter a ausência total de sintomas (evitar as crises). Os aminossalicílicos (5-ASA) são utilizados tanto para a remissão quanto para a manutenção da remissão. 

No entanto, uma vez que a doença de cada indivíduo pode ser diferente, não há um tratamento que seja eficiente para todos os tipos de DII. O tratamento deve ser planejado para atender às necessidades de cada paciente.Os aminossalicílicos são compostos que contêm 5-aminossalicílico (5-ASA). 

Estes medicamentos, que podem ser administrados por via oral ou retal, interferem na habilidade do corpo de controlar a inflamação. Eles são prescritos no tratamento de episódios leves da DC e principalmente no tratamento da RCU tanto na fase aguda como de manutenção.

Medicações de Administração OralSulfasalazina (Azulfim®) é o primeiro aminossalicílico a ser amplamente usado no tratamento da DII. A porção ativa desta droga, 5-ASA, está ligada à sulfapiridina, um composto que leva o 5-ASA ao intestino grosso, mas pode provocar efeitos colaterais em alguns pacientes, tais como dores de cabeça, náusea e reações alérgicas. Entretanto, a sulfassalazina é barata e eficaz para muitos dos pacientes, principalmente com inflamação do intestino grosso e que não sofrem de intolerância a essa substância.

Pesquisadores desenvolveram novas drogas que também podem ser administradas oralmente e que levam o 5-ASA ao intestino, sem a sulfapiridina. 

Entre elas estão: Mesalamina (Mesacol®, Pentasa®, Chroh-ASA®);

Olsalazina (Dipentum®) – Não disponível no Brasil

Balsalazida (Colazal) – Não disponível no Brasil

Até 90% das pessoas que têm intolerância à sulfasalazina podem fazer uso de outros 5-ASAs. 

Além das formas orais convencionais, há varias outras formas de se conduzir o 5-ASA ao intestino. Os pacientes portadores da DC ou da RCU podem ter inflamações em diferentes áreas, por isso foram feitos diferentes 5-ASAs para serem conduzidos a diferentes partes do intestino:

Formulações Mesalaminas: são eficazes exatamente por que elas se desviam do estômago para evitar a absorção do medicamento neste local. Elas então conduzem o medicamento até a área próxima da área inflamada do intestino. Neste local a medicação age localmente no intestinal inflamado e reduz assim a inflamação. O Pentasa® libera a medicação de maneira uniforme por todo o intestino, já o Mesacol® e o Chron-ASA® libera a medicação no íleo terminal e ceco.

Fórmulas de Enemas de mesalazina (Pentasa®, Chron-ASA®): permite que a mesalamina seja diretamente aplicada na parte final do intestino. A medicação é eficaz no tratamento da Retocolite e que afeta o lado esquerdo do cólon. Aproximadamente 80% dos pacientes com a doença localizada à esquerda do cólon se beneficiam fazendo uso deste tratamento uma vez por dia.

Supositórios de mesalazina (Pentasa®, Mesacol®): permite que a mesalamina seja diretamente aplicada no reto. Uma grande porcentagem dos pacientes portadores da Retocolite Ulcerativa – RCU que se limita ao reto, responderão bem aos supositórios de mesalamina. Estes supositórios são normalmente administrados em doses únicas ou de duas vezes ao dia. Uma combinação de mesalamina tópica e comprimidos pode ser mais eficaz do que os comprimidos sozinhos.

Efeitos Colaterais

Sulfalazina: os efeitos colaterais podem incluir dores de cabeça, náusea, perda de apetite, vômito e reações alérgicas. A sulfasalazina pode também reduzir a produção de esperma no homem, enquanto ele estiver fazendo uso da medicação (a contagem de esperma volta ao normal após a suspensão da medicação). Está raramente associada à inflamação do pâncreas (pancreatite).

Mesalamina: Os efeitos colaterais podem incluir cólicas abdominais, diarreia, gases, náusea, queda de cabelo, dores de cabeça e tontura. Geralmente são bem tolerados.

Interações de Medicamentos

Pacientes que fazem uso de diferentes medicamentos ao mesmo tempo, sejam eles prescritos pelo médico ou adquiridos sem prescrição, devem estar sempre atentos para a interação entre eles. A interação entre certos medicamentos pode ter efeitos dos mais diversos: pode reduzir a eficácia dos medicamentos, intensificar sua ação, ou ainda provocar efeitos colaterais inesperados. Antes de fazer uso de qualquer medicação, leia a bula com cuidado. 

Certifique-se de informar ao seu médico sobre todos os medicamentos que você esteja usando (mesmo aqueles sem prescrição médica ou que tenham como função tratamentos complementares) e sobre qualquer outra condição sobre a sua saúde. 

Lembre-se! Pacientes com DII não devem fazer uso de qualquer antiinflamatório não esteroide como: diclofenaco, AAS e etc…

Considerações Especiais

A sulfasalazina não deve ser usada por pessoas que sejam alérgicas ou que tenham intolerância aos medicamentos que contenham sulfa (aproximadamente um terço dos pacientes em tratamento). Outros medicamentos que contêm sulfa devem ser usados com cuidado caso seja necessário usá-los juntamente com a sulfasalazina. Cada paciente é único e tem necessidades que não são necessariamente semelhantes às necessidades de outros pacientes. 

As necessidades de cada paciente podem também mudar com o tempo. Mantenha contato com o seu médico regularmente e informe-se sobre todas as opções cirúrgicas e de tratamento médico disponíveis para você.

Pacientes em uso de 5 – ASAs estão em geral seguros durante a gravidez e o período de amamentação.

Considerando-se que a Doença Inflamatória Intestinal é uma condição crônica, é aconselhável que o paciente mantenha a medicação mesmo quando se sentir bem.

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