O Relatório de Recomendação do PCDT da Retocolite Ulcerativa (RCU) de setembro de 2021 não traz em seu texto a possibilidade de otimização de dose do vedolizumabe, recomendando apenas o uso de tal medicamentos a cada 8 semanas na terapia de manutenção.
Entretanto, conforme é sabido, a otimização de dose com a utilização do medicamento a cada 4 semanas é capaz de recuperar a resposta de parte dos pacientes, evitando a troca do medicamento. Essa estratégia foi considerada eficaz em um estudo de Courtney Perry et al publicado na Digestive Disease and Sciences em 2020, no 83% dos pacientes tiveram benefício clínico na otimização da dose, que aconteceu após um tempo médio de 55 semanas do seu início, com tempo médio de acompanhamento de 52 semanas após a otimização da medicação. Em uma metanálise publicada na Clinical Gastroenterology and Hepatology em 2020, Peyrin-Biroulet et al mostrou que a otimização da dose do vedolizumabe pode ser necessária em até 39% dos pacientes, com recuperação de resposta em 54% dos casos. De forma semelhante, Singh et al, em artigo publicado na Alimentary Pharmacology & Therapeutics em 2020, recomenda que aqueles pacientes com perda de reposta durante a terapia de manutenção com vedolizumabe tenham a dose escalonada para uso a cada 4 semanas. Chancelando essa posição de vários autores, o Guideline da Organização Europeia de Crohn e Colite (ECCO), publicado em 2017, confirma essa recomendação de otimizar a dose do vedolizumabe para uso a cada 4 semanas, por conseguir recapturar resposta naqueles pacientes que haviam feito uso a cada 8 semanas e não mais estavam respondendo a medicação.
Assim, frente às evidências científicas apresentadas e ao cenário atual, onde há um número restrito de medicamentos para tratamento da RCU moderada a grave, acrescido ao fato do vedolizumabe ser a única medicação biológica incluída nesse PCDT com mecanismo de ação diferente do bloqueio do TNF alfa, a possibilidade de otimização dessa droga é de fundamental importância para o sucesso terapêutico, especialmente daqueles pacientes mais graves.
Para fazer a sua contribuição, acesse o site da CONITEC, AQUI