O momento reuniu diversos médicos no Hospital São Camilo, no mês de novembro
Melhorar a qualidade de vida dos pacientes acometidos pelas doenças inflamatórias intestinais (DIIs), também inclui rotinas de exames que podem ajudar a identificar sinais silenciosos, tanto para a doença de Crohn, quanto para a Retocolite Ulcerativa (RCU). Por isso, o GEDIIB, desde 2019, criou uma rotina de cursos intitulados Hands On, onde exames de imagem são cada vez mais aprimorados para identificar essas particularidades.
E neste mês de novembro, o Hospital São Camilo, em São Paulo, foi um importante ponto de encontro de médicos dedicados a estes estudos, com a realização do último “Curso Hands On – Ecografia Intestinal” no ano de 2022, coordenado pela doutora Marjorie Argollo. A médica gastroenterologista explica que o objetivo principal desse projeto é estabelecer a ultrassonografia intestinal (USI) como uma técnica confiável e acurada para acessar e monitorar a atividade inflamatória, identificar a presença de complicações associadas e ainda discutir novas aplicabilidades da USI no manejo de pacientes com DII.
“Um dos pilares fundamentais para um manejo adequado de pacientes com DII envolve a monitorização regular da atividade inflamatória. Medidas de avaliação baseadas em sintomas clínicos apresentados pelos pacientes podem, frequentemente, não refletir a presença e ou gravidade da inflamação, pois exibem uma pobre correlação com cicatrização de mucosa. Os critérios são subjetivos, a avaliação é tediosa e são incapazes de identificar a localização da doença ou a presença de complicações associadas. Nesse contexto, surgem as ferramentas não-invasivas para a monitorização da atividade inflamatória, tanto na DC como na RCU, como a proteína C reativa e a calprotectina fecal, que demostraram boa correlação com a atividade endoscópica e podem ser realizadas regularmente, a cada consulta. Porém, algumas limitações impõem-se em relação à esses biomarcadores: não são específicos para as DIIs, apresentam variabilidade inter e intra-paciente, variabilidade entre os testes e kits (metodologias diferentes), necessidade de manuseio de material biológico, incapazes de identificar a localização da doença ou presença de complicações associadas, além do acesso limitado”.
Por isso, os exames de imagem mais específicos, com direcionamento a identificar particularidades das DIIs, se fazem importantes no complemento do acompanhamento da evolução dessas patologias. “O objetivo principal desse projeto é estabelecer a ultrassonografia intestinal (USI) como uma técnica confiável e acurada para acessar e monitorar a atividade inflamatória, identificar a presença de complicações associadas e ainda discutir novas aplicabilidade da USI no manejo de pacientes com DII”, completa Marjorie.
‘Chave de ouro’
O Curso Hands On – Ecografia Intestinal vem fechar um importante ciclo de estudos, que se iniciou em 2019 e vem se aprimorando ano a ano, por profissionais do GEDIIB. “Encerramos uma etapa, com início em 2019, que teve como objetivo divulgar e difundir a ultrassonografia intestinal como ferramenta não-invasiva no monitoramento e avaliação de pacientes com DIIs. A partir de 2023 seguimos com novos projetos que darão sequência na capacitação e aperfeiçoamento de médicos com interesse no aprendizado dessa técnica”, finaliza.