Comissão do GEDIIB se reúne com a ANS para defender incorporação de biológicos para RCU

Membros da Comissão de Medicamentos e Acesso do GEDIIB compareceram, nesta quarta-feira (19), na sede da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), para defender a necessidade de incorporação dos quatro imunobiológicos aprovados pela Anvisa, na época da submissão do dossiê, para o tratamento da Retocolite Ulcerativa (RCU) moderada a grave, na saúde suplementar. Os medicamentos são: Infliximabe, Adalimumabe, Golimumabe e Vedolizumabe. O GEDIIB pleiteou uma incorporação por classe e não por molécula.

A discussão ocorreu durante a 16º Reunião Técnica de Análise das Propostas de Atualização do Rol Ciclo 2019-2020. O GEDIIB foi representado pela Dra. Renata Fróes e pela consultora técnica Camila Pepe, que fizeram uma apresentação impecável em defesa da incorporação por classe, como já ocorre para a Doença de Crohn. Após a fase das apresentações dos demandantes, a ANS fez seus contrapontos e, em resposta aos mesmos, Dra Renata, Camila, Dr. Francisco Penna, representando o CFM, e Dra. Stefania Gabriel, representando a AMB, foram precisos em suas contra-argumentações. Os 3 médicos são membros da comissão de medicamentos e acesso do GEDIIB. Participaram também, da reunião, a associação de pacientes, representantes de operadoras de saúde e da indústria farmacêutica.

A incorporação é um antigo pleito da classe médica que se dedica ao tratamento da doença. “Uma mudança é necessária visando, acima de tudo, a saúde e o bem-estar dos pacientes. Desde 2010, os medicamentos biológicos para RCU integram a lista de orientações de diversos guidelines em diversos países”, destaca a Dra. Stefania Gabriel.

De acordo com estudos do GEDIIB, existe hoje uma demanda não atendida no tratamento dos pacientes com RCU moderada a grave, que, na falha da terapia convencional oral, só tem acesso à colectomia como opção de tratamento. “Nós reforçamos com a ANS a necessidade da inclusão dos imunobiológicos diante da eficácia e segurança desse tratamento para casos de RCU moderada a grave, não responsiva a terapia convencional, e que a colectomia além dos problemas relacionados à qualidade de vida dos pacientes, não evita uma possibilidade de uso dos biológicos, uma vez que complicações como pouchites e manifestações extra-intestinais podem necessitar do seu uso. Esse pedido de inclusão no Rol, irá à consulta pública e é de extrema importância que haja uma contribuição efetiva dos nossos associados para a incorporação desses medicamentos na saúde suplementar”, reforça a Dra. Renata Froes.

BENEFÍCIOS
Em sua defesa, o GEDIIB reforçou que os benefícios na utilização de medicamentos imunobiológicos estão relacionados a tratamentos que proporcionam remissão de longo prazo:

– à redução de colectomias que impactam a qualidade de vida do paciente e não necessariamente evitam a obrigatoriedade de uso de biológicos;

– à modificação da história natural da doença com o objetivo de prevenir o câncer de cólon;

– à busca de equidade entre os tratamentos de RCU e Doença de Crohn.

PRÓXIMO PASSO
O GEDIIB e as demais frentes que buscam a inclusão dos medicamentos biológicos aguardam a definição de uma data para o início das consultas públicas que ampliarão as discussões sobre o tema. No ano passado, membros da CONITEC (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias), presentes na 81ª Reunião Ordinária, deliberaram, por unanimidade, pela incorporação do Infliximabe e do Vedolizumabe. Dr. Francisco Penna destaca que a doença é crônica e que podem existir falhas primárias e secundárias aos biológicos e que a CONITEC só incluiu opções venosas, sem nenhuma subcutânea, e o ideal seria que a decisão da CONITEC não fosse espelhada na da Comissão.

A decisão da CONITEC reconheceu que há uma população que não responde ao tratamento contemplado no PCDT de RCU vigente e que poderia se beneficiar com o uso de um biológico. “Agora aguardamos a decisão da ANS sobre essa demanda não atendida. Estamos bastante confiantes em um resultado positivo. Nossos argumentos estão amplamente embasados cientificamente e nos resultados satisfatórios de países que já realizaram essa incorporação”, explica presidente do GEDIIB, Dr. Rogério Saad-Hossne.

O planejamento do pedido de incorporação ao Rol se iniciou em 2018, com inúmeras reuniões e treinamentos da Comissão de Medicamentos e Acesso, ao longo de 2019 e 2020, cujos os coordenadores são a Dra. Nathalia Queiroz e Dr. Fábio Teixeira, que acompanharam a defesa on-line, dando todo suporte aos membros presentes no Rio de Janeiro.

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